Matriz Buenos Aires

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domingo, 19 de dezembro de 2010

O que você planta? (Parte I)

            Nesta época do ano, todo mundo resolve fazer algum tipo de ato caridoso. São cestas básicas para os pobres, doações em dinheiro ou outras tantas formas de expressar um ato de caridade para com o próximo. Tenho para as pessoas que praticam estes gestos um agrado considerável, vendo que isto é importante em nossas relações. Contudo, acredito que temos que fazer destes gestos uma conseqüência de uma verdadeira vida no amor. Não vou criar rodeios para lhe dizer minha opinião. Se aqueles atos de caridade não estiverem em pessoas que vivem a busca constante pelo amor aos mais próximos servem apenas de hipocrisia e uma forma de ludibriar suas consciências por uma vida permeada de contradições.
            O ser humano e suas idiossincrasias. Somos capazes de atos completamente antagônicos. Dar para quem não se conhece é muito fácil e exige muito pouco de nós, acontece que há pessoas em nossa volta, bem próximo de nós, muitas vezes mendigando amor, afeto e atenção e o que damos é nossa frieza, nosso egoísmo e nossa vaidade. Falta o abraço, nega-se o perdão e doa-se estupidez. De que vale distribuir coisas fora de nossos lares, se o que damos àqueles que estão aqui, bem junto de nós é indigno para um animal. São filhos que gritam com seus pais, irmãos que se odeiam, pais que dão mais atenção a seus brinquedinhos de adultos e que não mais sabem o cheiro de seus filhos. Hipócritas! Tratemos de cuidar de nossas feridas dentro de nós e dos nossos lares e ganhará sentido aquilo que fazemos de bem aos que não conhecemos, contudo, se fazemos a quem não conhecemos e não àqueles que são os nossos, então nossa caridade é uma palavra bonita para justificar nossa mente distorcida e nossos afetos deformados.
            Escolha uma pessoa a quem você precisa perdoar e inicie o caminho de caridade mais profunda que sua vida já experimentou. Não digo que é fácil, mas a verdadeira caridade não é fácil.

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