Matriz Buenos Aires

Matriz Buenos Aires

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ela (parte I)

                Sendo Deus perfeitíssimo em tudo. Sendo Deus a própria Sabedoria e o Amor em pessoa. Ele sendo o Poder, a Justiça e a Bondade, doce criador do mais belo e incomparavelmente superior a todas as criaturas, onde o cosmo em sua infinitude misteriosa cabe na ponta de seu dedo menor – comparação desproporcional e meramente figurativa, pois de fato as proporções da realidade do Eterno não encontram palavras justas à sua grandiosidade e as formas se perdem ao descrevê-Lo. Ele, Misericórdia, mediante nós miseráveis e mesquinhos, encontro do Tudo e do nada, Universo e verme, soma de todos os sóis e a poeira. Pois o Tudo decidiu restabelecer o nada, torná-lo de volta a sua dignidade, o Amor queria o amado, ainda que este fosse a pior das criaturas, esta não poderia permanecer em sua ignorância, perdida ate de si mesma, pois sem a Luz, as trevas ganham o lar da alma humana. Quando Ele veio ao nosso encontro para plenificar nossa existência, tirar-nos da vida medonha, Ele, que jamais erra e sabe o melhor dos planos, procurou por onde. Como poderia se fazer a mais plena dignificação da humanidade? Como retomá-los de volta a grandeza de sua criação e restaurar o lugar de filhos? Como fazê-los entender que o mal não são eles, não está em sermos humanos, mas na corrupção que entrou em sua existência? Criados na perfeição, não é a criação o problema, mas o mal que adentrou as artérias da alma humana. Como fazê-los entender que eles são a obra prima e não a deformação? A pessoa é amada, os males que faz não. Parece-me que isto era um ato impossível e improvável de realizar, não havia como responder tais perguntas e prová-las, entretanto, sim, era para nós impossível, para Ele jamais. Sendo Deus, sabia como: se tornaria um igual, humano como todos, comum em tudo, exceto na corrupção. Mostraria que sendo Deus em sua Majestade não se tornaria menor ao ser homem, pelo contrário, o ser humano é tão pleno e superior na criação divina que pode conter Deus sem deixar de ser todo humano. Todo Deus e todo homem. Deus e homem, uma só pessoa.

                Mas como? Ser homem exige nascer de uma mulher, ser amamentado, ter uma mãe... ser filho. Como? Mais uma vez nossa cegueira nos ataca e não nos permite mais nada de saber, apenas a ignorância de nossas elucubrações inferiores que não atingem a perfeição de Sua Sabedoria. Saber o quê? Talvez seja esta a sua pergunta? Saber antes de tudo que Deus é Deus, assim, se Ele faz é porque é o melhor, o certo e o caminho a ser trilhado por cada um de nós que o buscamos. Não há outro caminho, esta foi sua escolha. Pois quando a Misericórdia se lança ao encontro do ser humano é porque encontra um lar propicio a seu habitar. Como habitar um lar imperfeito? Poderia o Tudo ser plenamente na imperfeição humana a ponto de nascer de uma morada corrompida, corruptível e corrompedora? Claro que não. Jamais. E nem pense nisto. Deus encontrou graça, Ele criou na perfeição aquEla para Ser. Em seu poder, que usa como lhe apraz, na salvação vindoura cujo tempo não é, mas já é antes mesmo de ser, o eterno permanece sempre, muito antes de existir aquilo que já passou. Ele trouxe a Graça para fazer nEla a perfeição necessária para ser sua Mãe, precisaria de uma Mãe para que todos entendam sempre que ser mãe é tão elevado na existência humana que até Deus precisou de uma ao se fazer homem. No entanto, sendo Mãe de Deus, Ele A faz superior a outro ser humano qualquer, infinitamente inferior a Majestade Divina, pois a humanidade sem o pecado se torna íntima de seu Deus. Com Ela foi assim, não menos Mãe do Homem-Deus em toda natureza materna, ao mesmo tempo, totalmente viva em seu Pai Criador por não ter mais qualquer barreira que Os distanciem. No entanto, Deus se faz seu Filho, Deus-Homem. Todo Deus se faz homem em tudo. Cada homem tem uma mãe, portanto, para ser homem e resgatar a dignidade humana, é necessário fazê-lo plenamente, vindo de uma mulher, mas se é Deus quem ali nascerá, precisa ser única. Ela conterá a divindade em seu ventre e, de sua carne, Deus receberá seu corpo e seu sangue. Corpo e sangue puros só podem vir da mais perfeita pureza – conterá Deus Perfeitíssimo. Não se tira água pura de poço contaminado e esta é a Sabedoria Perfeitíssima de Deus. Ele só poderá ser homem se fosse por aquela Mulher. E o tempo, conjugação dos verbos, nisto tudo, perde sentido e poder, e aquilo que será, já é para o vindouro já ter acontecido por Ela. Ela, no poder Altíssimo, possibilita o Verbo se fazer carne e, tendo habitado primeiro nEla, habita entre nós.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Obediência - quando o silêncio fala. (última parte)

                Eu tenho um grande amigo chamado silêncio. A obediência me apresentou a ele e com eles aprendi a tomar minhas próprias decisões, pois a obediência não exime do pensar nem lhe tira esta obrigação, mas ensina a fazê-lo. O silêncio me conduz pelo terreno no qual preciso ter o melhor domínio, eu mesmo. Não posso ter partes de mim que não aceite ou não ame ou simplesmente não cuide. Apenas no silêncio posso escutar a mim mesmo, perceber-me e conhecer-me, se não tenho um bom relacionamento com este amigo, terei algum problema comigo mesmo. Pelas mãos me conduz a terrenos não antes explorados cuja distancia inexiste, porque está aqui, logo aqui, em mim. Nos barulhos e nas confusões do dia a dia não é nada fácil dar o melhor espaço para quem sou, qualquer coisa me distrai e me tira de mim mesmo, do meu melhor e me joga em minhas rebeldias e minhas revoltas. Uma louca perdida na alma, consequência de minha mais profunda incapacidade de dirigir a mim mesmo. Quem é incapaz de se conduzir, jamais será capaz de dirigir qualquer outra coisa ou situação, pois está perdido em suas terras, não se encontrará nas terras alheias. É assim, bem assim que funciona, é nossa natureza. O silêncio é o melhor guia neste maravilhoso trajeto, no entanto, assusta-nos, põe-nos medo e bastante medo. Não deveria ser desta forma, mas o é, porque travamos uma infeliz luta, batalhamos noite e dia contra nós mesmos, contra quem somos e buscando impor o papel de ser quem não somos. Daí, o silêncio ganha voz, gestos e até face, e o que diz pode não ser tão agradável, pois fala do eu e para aqueles que estão em batalha consigo, acolher e cuidar daquilo que o silêncio trata pode não ser tão fácil. Indisciplina consequente de uma vida com discreta obediência e incapacidade de tratar sobre assuntos que desagradam. Acostumado a fazer apenas o que deseja, vamos perdendo a capacidade de mergulhar em águas mais profundas, jamais aprendemos a nadar nestes mares, inclusive, tornamo-nos preguiçosos no esforço de crescer e adquirir músculos que não atrofiam com o tempo, pois o saber jamais se atrofia. Pois é. Aqui chegamos ao ponto onde a obediência nos faz pessoas vivas, fortes e sábias. Pessoas inteiras e não em partes, pois aprendemos e acolhemos o mais intimo de nós mesmos pela voz do silêncio. Passamos a ser donos de nossas terras, aprendendo a conquistar nossos espaços pelas luzes que a obediência nos concede na voz do silêncio. O silêncio nos educa sobre nossas verdadeiras forças e como, respeitando nossos limites, podemos acolher a Sabedoria que vai muito além de nós, mas sem a obediência, o silêncio não vem, somos rebeldes e ignoramos aquilo que não sabemos, pois nem mesmo sabemos quem somos.

                Pare por um segundo. Obedeça. Permita que o silêncio lhe seja apresentado, olhe sua amplitude e o encare, olhos nos olhos. Agora abra seus ouvidos e escute o melhor de si mesmo, já está em você. Não precisa ir procurar fora. A rebeldia virá para os desacostumados a cuidar destes assuntos, mas então a obediência lhe apresentará outra grande amiga, amiga também do silêncio. Muito prazer em conhecer a senhora disciplina. 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O Retorno (última parte)

                Não, não vou apagar nada daquilo que escrevi. Até convido você a ler um pouco dos demais textos que escrevi. Algumas coisas bastante desatualizadas, mas muita coisa legal para conversarmos muito, aqui e nos demais canais onde nos encontramos. Tenho muitas ideias para novos textos e quem sabe um livro, não é Comunidade? Mas será legal saber de você a opinião sobre os textos antigos, fique a vontade. Quero apenas lembrar que três princípios básicos são nossos desafios, falo do lema que aponta o cabeçalho destas páginas: Amor, Fé e Esperança. Creio que para o mais descrente, se lhe não faltam os outros dois, por certo chegará à Fé, entretanto, para aquele cuja Fé lhe sustenta, já deve ser treinado na Esperança, as duas coabitam, são irmãs, mas se lhe falta, questione aquilo que crê, pois a Fé nunca desiste e a isto damos o nome de Esperança. No entanto, vivemos um tempo deveras estranho. Muito trabalho, distrações, inteligentes que pouco pensam, agem demais, se atropelam, passam e não ficam, são, e são? E não são. Foram e se foram, e se ficou confuso um pouco, retrata o confuso deste fuso. Por Amor, ame. O amor não usa, não descarta, não desiste, é, sem deixar de ser, toca e cuida. Não, você não o encontra nas telenovelas ou nos filmecos – a expressão é minha, não existe – pobres que temos visto nas telas. Amor é de gente, não de coisa, lhe peço: não coisifique o amor, ele não merece. Vamos falar um pouco sobre ele, talvez comece por aqui meus novos textos, mas, para nosso bem, se pergunte como tem amado. Existir sem amor é viver sem alma. Peço, por este tão simples motivo, queremos um mundo de gente e não de fantasmas ou de zumbis, deixemos isto para os filmecos. E quem é gente sente, sorri, luta, vence, por vezes perde, mas não desiste da vida que insiste em dizer que no amar há sofrer cujo sentido não é em vão, aponta sua direção de ser muito além de onde se está, de fazer na sua história um simples e singelo reflexo do alto.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Para quê o seu protesto? (parte II)

                Protesto bom é o protesto das urnas, dos votos diretos da população. Opinião concreta de um povo. Se este povo realmente está incomodado com isto que está aí, com a forma com é gerido o poder público e seus representantes, então vamos mudar nas urnas. É votando que se muda aquilo que nos incomoda, é conhecendo muito bem os candidatos e seus partidos, suas ideologias, aquilo com o qual eles estão comprometidos. Não precisa quebrar nada nem ofender ou agredir qualquer pessoa, é só realizar um voto consciente e responsável com bem comum e não apenas com seus próprios interesses. Exercer o bom papel de cidadão é se assumir responsabilidades como aqueles que escolhemos para nos governar, acompanhando de perto suas ações antes e depois das eleições. Por outro lado, tenho escutado bastante que não temos opções, não temos bons candidatos, pois a classe politica do nosso país está extremamente maculada e comprometida com interesses escusos e sombrios, o que me obriga concordar. Por algumas vezes fui questionado sobre este assunto e porquê não me candidatava a um cargo público, o que respondi de bate-pronto: me respeite, que tipo de pessoa você está pensando que sou?! Noutra ocasião ainda disse que jamais gostaria de ver minha imagem vinculada a estas pessoas. Triste, mas é uma realidade. Não temos qualquer confiança em qualquer pessoa que se apresente como politico, ao mesmo tempo em que é cada vez mais necessário pessoas realmente novas e éticas para nos representar. Por vezes me vem que talvez novas pessoas têm-se apresentado a este nobre trabalho e cujas distorções atrapalham bastante o processo, pois acredito em duas situações bastante delicadas sobre isto tudo. Imagine que incomodado com toda esta realidade, ou as realidades mais próximas de seu convívio, um individuo se coloque a disposição da sociedade para desempenhar este papel público, pressupondo sua honestidade, quem saberia desta realidade se não for procurar conhecer bem melhor esta pessoa? Não seriam os mesmos de sempre que atestariam sua honestidade ou competência, concorda? Muito menos seus concorrentes, mas um esforço pessoal de cada um em conhecer melhor aqueles cujo discurso e propostas nos tocam e aqui precisamos assumir nossa responsabilidade, pois pouquíssimos realmente se dispõem a este esforço, preferindo, mais uma vez, crer na opinião de outrem qualquer. Há ainda a situação do meio corromper e muito embora se apresente um nome novo, ou até um partido novo, que pode até se comportar bem antes de uma eleição, mas nos causa uma insegurança por não saber como será seu convívio com o meio que já é bastante corruptor. Falo abaixo sobre o meio corruptor, mas o assunto, que é deveras complexo e delicado, exige observar o uníssono discurso dos partidos políticos. Não há qualquer novidade ou proposta realmente diferente entre os partidos que aí se encontram. Nossa discussão sócio-política gira em torno de semelhanças distinguíveis apenas pela maquiagem mercadológica, ou giram o termo do absurdo social quando caminham nas ideologias falidas em toda sociedade moderna. Veja, maquia-se o comunismo de socialismo e levanta esta bandeira ideológica cuja subsistência só há em lugares onde as bases fundamentais da ideologia foram completamente abandonadas. Lembro-me de uma época da minha vida que defendia o regime comunista e que fui fortemente indagado sobre as fugas daquelas nações ou como diziam: se é tão bom, por que não vai morar lá? Hoje estas nações são raras e nosso país, em seu corpo de partidos, todos ainda levantam esta bandeira. Não há qualquer novidade que não seja maquiagem, mas o pior é maquiar regime totalitário com o rosto da democracia. Olhemos em volta e vejamos que é exatamente o que está acontecendo com os países que o Brasil mante as suas melhores relações. Tenho para mim que tudo se trata do titulo musical de Renato Russo: mais do mesmo.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Obediência - quando o silêncio fala. (parte II)

                Longe de mim dizer a você que deixe que outros tomem decisões por você. Muito embora, tenha para mim, que, você queira ou não, é normalmente o que acontece. Sim, facilmente nós escutamos quem não se deve e fazemos não aquilo que queremos, mas o que alguém nos induz a fazer. Não há novidades aqui, para isto servem as propagandas e o comercio, fazer-nos adquirir coisas cuja necessidade inexiste. Estamos repletos do que não precisamos por crer que precisamos, alguém nos convenceu do fato e passamos a agir assim. Mas não quero castrar sua capacidade de decidir e escolher, não sou eu quem faço isto em sua vida, mas você mesmo. Quero apenas acender a luz que me vem aos olhos quando entendo isto, se é que sou capaz. Se temos que escutar alguém, algum conselho ou ainda ser induzido a alguma decisão, então que seja àqueles que nos amam e não possuem interesses ao menos estranhos a nós. Veja uma criança aprendendo a andar de bicicleta. O pai lhe diz praticamente tudo a ser feito e, se ela obedece copiosamente, logo estará indo para onde quer, sem ter sua coragem roubada pelo seu mentor, pelo contrário, a obediência que resultou no bom êxito elevou sua autoconfiança e aprofundou suas relações. Não foi o simples fato de alguém mais experiente dizer como fazer que tira o aprendizado e a autonomia. Não é isto que busca fazer algumas regras de convívio e até leis? Para o seu bem, então faça assim. Por outro lado, haverá momentos que “quebrar a cara” é necessário e valoriza os bons e profundos conselhos.

                Há um silêncio que fala. Silêncio que se segue a um bom conselho ou a um gesto de atenção e afeto. Nosso erro é desprezar os favoráveis segundos deste silêncio e já abafá-lo com nossas pobres e ameaçadoras defesas. Mediante algo que lhe dizem, não reaja, pense. Os reatores facilmente fogem a seu próprio controle e se perdem de si mesmos, calma. Sem afobações, pense melhore e deixe o silêncio falar. Por muitas vezes queremos fazer algo, podemos sim, entretanto, não devemos, não será tão bom, e se formos realmente honestos conosco, admitamos, pode ser um desastre. As decisões não são fáceis, é fato, esta vida muito menos, portanto, para que a pressa? Provar o que para quem? No final, quem paga a conta somos nós mesmos e já vi muitos amados pagarem com sua doce vida. E como repete a piadinha, não temos vida de vídeo game. Se a obediência não se torna nossa boa amiga, perdemos grandes aliados, inclusive o domínio próprio. Passaremos a vida buscando adolescer, sem jamais sair da tenra ignorância infantil, crianças de rugas e cabelos brancos é o que tenho encontrado nas ruas das cidades. Velhos na idade e bobos em suas ações, passam a vida se negando responsabilidades e cultivando sua rebeldia paga por uma angustia inexplicável de desejar comprar a satisfação nas prateleiras de lojas ou nas camas dos motéis ou nos copos de álcool ou... Sabe-se lá onde isto pode nos levar, ou sabe-se sim, apenas não queremos admitir para insistir em negar obediência a quem nos cabe, fazendo-nos escravos de qualquer coisa que nos tire da realidade e nos aprisione nas ilusões.

Pela igualdade de direitos

                Como exigir igualdade, quando não se dá igualdade? Defender a inclusão, quando se exclui? Onde fica a tolerância, quando se é intolerante? Acredito que haja um principio básico nisto tudo que precisa ser o respeito mutuo. Não será agora que terei a alegria de falar amplamente sobre o respeito, este fundamento básico do amor e da existência humana, venho agora fazer um critica. Sim, quero criticar a forma como esta rede de televisão desrespeita as diferenças de opinião em favor de seus próprios propósitos.
                Posso não concordar com algo ou alguma atitude, entretanto, isto não me dá o direito de ser desrespeitoso com o contrário. Não tenho o direto de atropelar pessoas ou costumes que não possuo a compreensão ou simplesmente discorde. Se não fere a dignidade humana, toda cultura exige respeito, a liberdade religiosa, os costumes e hábitos de um povo. Vivemos um tempo onde se apregoa o direito de pessoas optarem pelo seu sexo, muito embora seja bastante gritante e agressivo a fisiologia humana, tem-se dado este direito as pessoas e, muito embora não concorde e acredite ser uma afronta a dignidade das próprias pessoas que assim vivem, isto não me faz superior a elas e não será o desrespeito que colaborará com a tomada de consciência que acredito precisarem. Pelo contrário, à medida que nossas diferenças se aproximam, torna-se possível a compreensão de realidades distintas. No entanto, tenho visto a tv do plim plim apresentar diversas matérias que atropelam o respeito entre culturas, opiniões e, inclusive, religiões.
                Qual o problema do uso do véu nos países islâmicos? Que saiba não é o véu que faz o terrorismo, mas o mesmo desrespeito praticado por esta emissora, que se outorga o direito de criticar o diferente. Qual o problema do diferente? Tenho encontrado em nossas ruas hábitos estranhos cuja prática em nada sou a favor, como uso de tatuagens, pregos atravessando partes do corpo, agora tem um nome bonito – piercing, ou argolas que mas parecem pulseiras alargando as orelhas. Não vejo beleza ou algo favorável nisto tudo, o que não me permite ser desrespeitoso ou diminuir qualquer ser humano por esta causa. Se há o direito, ele é de todos e, começando pelas culturas e religiões, deve ser respeitado. Se a mulher islâmica usa o véu em sua roupagem cotidiana e os homens barba longa, qual é o problema? Precisamos respeitar. Se um homem decide se relacionar sexualmente com outro e isto deve ser respeitado, qual o problema se um homem decide não praticar o sexo em sua vida? Ou uma mulher? Isto diminui em que seu gênero ou sua dignidade? Portanto, deixem em paz os padres e freiras que nos dão elevado exemplo nas pessoas de Madre Teresa de Calcutá e Padre Pio de Pietrelcina, entre tantas outras e outros.

            Acredito que este é o centro da questão. Exigir respeito não atesta o ser respeitoso. Tenho visto uma minoria exigir que respeitem suas posições e opiniões, mas estes mesmos me parecem ser os primeiros a afrontar o direito alheio, quando deveriam ser os primeiros a dar um bonito exemplo às maiorias. A discordância não precisa ser discórdia, se assemelham quando os terrenos são invadidos. Quando se profana o limite do outro, a dignidade se retira e ganha vantajoso espaço a ignorância dos ébrios. Talvez seja muito simples, ou nós complicamos muito, ao pedir seus diretos, observe se não está invadindo o de alguém. 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O Retorno (parte II)

                Fatos que modelam o coração humano de forma própria. Saber vivê-los fará toda a diferença. Minha amada mãe quase se vai também e se não são as formas que a vida me trouxe, não sei se suportaria. Suportaria? Está aqui um grande segredo, homens e mulheres que se permitem ser suporte para outros, simples suporte, não esperam nada em troca, estão ali e pronto. Só estão por ser quem são. Se não fosse tão estranho, Suporte seria um nome bom para uma pessoa, pois aquele que é suporte tem algo de amor dentro de si.  Pelos maravilhosos suportes que Eles me deram, tenho aprendido a ser suporte, por isto, não sei se escreveria aquilo que já escrevi antes, ao menos da mesma forma, não sei. As mudanças, as vitórias, dores, lágrimas... Na minha vida sou feliz, pois felicidade é como se vai, já disse um amigo distante, e estou indo deixando que meus excessos sejam retirados e talvez seja hora de tirar os excessos daquilo que escrevi, será? E diante desta forte questão, mediante este digno retorno, já me disse a filha de Kassimão, não é Winnie? Acendeu-me aos olhos um nobilíssimo exemplo de um amigo escritor, sim, escritor de textos exemplares. Refiro-me a Jorge Ferraz, conheçam: www.deuslovult.org. Homem cuja vida encontrou com suas surpresas, exemplo de como seguir para vencer aqui e agora. Lendo e vendo este amigo, veio-me que aquilo que escrevo também sou eu, ainda que não exatamente mais o mesmo, mas minha história e aquilo que a história escreveu em quem eu sou agora – acho que fui bastante filosófico agora, mas creio ter-me feito compreender. Faz parte de mim o que escrevi e pensei, e de suas consequências sou o que sou hoje, portanto, poderão vir contradições para você que me acompanha, mas virá de mim e se for para pior, por favor, me alerte. A correção também é ser suporte para o outro.
                A proposito, quando me refiro a Eles, digo, em primeiro lugar, ao Deus Altíssimo, mas não antes dEla, a Mãe Maria, sem Ela não chegaria nEle. No entanto, há todo o Céu que talvez caiba nesta expressão que uso, pois Ele está em tudo, mas nada o contém, já expressaria Santo Agostinho. Ups! Aqui coube o exemplo. É que Deus se faz vivo e vivido em cada membro de sua Comunhão, então, por vezes, Eles estarão logo aqui onde ninguém vê, mas que existe mais do que aquilo vemos de tudo. Entendeu? Sou bastante filosófico e gosto, mas não quero complicar, para tanto, veja quanto Deus se faz na vida de Francisco de Assis, portanto, Eles são estes.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Obediência - quando o silêncio fala. (parte I)

                Hoje me ocorreu um fato singelo, mas bastante interessante. Precisava passar no apartamento dos meus pais para pegar algumas coisas e depois ir para casa, as obrigações me aguardavam. Como é de praxe, liguei para a minha mãe dizendo que estava indo e se era possível alguém descer para me entregar aquilo que precisava pegar. Ela me pediu que quando chegasse, ligasse pelo telefone interno do condomínio para a pessoa descer, no entanto, é bastante comum que desça enquanto estou indo para que quando chegar me entregue e possa ir mais rápido. Desta vez ela foi específica e pensei, chegando mais próximo ligo novamente para alguém já ir descendo, e era exatamente o que iria fazer se não fosse um fortuito pensamento. Veio-me como um flash: obediência. Pensei na hora, obediência! Sim, não, quer dizer, é isto. Sim, é isto que tanto nos falta, não, não irei ligar, mas chegarei e farei exatamente como ela disse e esperarei pacientemente embaixo do edifício. Foi assim que fiz e fiquei ruminando isto tudo em minha cabeça.

                Tantos erros em minha vida teria evitado se fosse obediente. Sofreria muito menos pelo simples fato de aprender com os erros dos demais, sem precisar eu mesmo ter que sofrer, mas escutando suas recomendações e ordens, faria aquilo que já é experimentado e sabido. Por quê? Vaidade, tudo é vaidade, assim já diz a Bíblia – Eclesiastes 1,2 – muito antes de meu primeiro inspirar. Nossa vaidade nos cega e nos faz trilhar caminhos intransitáveis. Acreditamos ser capaz de tudo, suportar tudo, ser tudo, quando de fato mal conseguimos ser nós mesmos. Envergonhamo-nos da própria voz – já escutou a sua? Provavelmente não, então grave, escute e se surpreenda. Mas não nos envergonhamos daquilo que fazemos com a única vida que temos, não percebemos que a obediência nos protege de graves e contundentes erros. Prepotência é uma palavra justa, não menos enfática e quer dizer: poder superior. Não é exatamente assim que nos achamos? Deuses. Acreditamos ser muito além do que somos, por isto erramos tanto, ferimos e somos feridos, pisamos e somos pisados, morremos e matamos. Não pretendo mais ficar falando o tanto de mal que nos faz a falta de obediência, peço que avalie em sua vida o tanto que você já errou por não obedecer. Se ao menos escutássemos um pouco, prestássemos atenção ao que nos é dirigido por aqueles que só nos querem o melhor, aqueles que realmente nos amam. Lembrei-me de bons pais que ansiosamente esperam por escutar a voz do filhinho chamar por eles... papa... mama. Talvez com a mesma atenção precisássemos ensinar, pelo bom exemplo, nossos menores a escutar, falar menos e sempre escutar bem mais e melhor. Dialogar. Cuidar, sem passar pela vida como tanques, pois não somos, mas com sensibilidade aprender a como andar, como dar cada passo, cada gesto e cada palavra. Dar e receber palavras, há aqui uma riqueza imensurável, inteligência de gente que vive, respira e não engole ventos como se fosse alimento para arrotar mentiras pouco depois. Gente que é e não representa, não tendo vergonha de errar, mas errando pelo desafio da vida e não pela teimosia da soberba.

Para quê o seu protesto? (parte I)

                Estranho, muito estranho. É assim que vejo esta onda de protestos no Brasil e que parece não ter fim. Violência gratuita que carrega os estandartes de partidos e movimentos cuja representatividade acaba de ser reeleita para o poder. Protestam por que mesmo? Transporte público gratuito? Mas se isto ocorre não teremos aumento gritante de impostos cujos valores batem recordes a cada ano e torna miserável nossa gente. Melhor uso dos recursos públicos? Sim, mas se estão destruindo e depredando o patrimônio publico, onde fica o bom exemplo com a gestão do bem de todos? Parece-me um pandemônio de desculpas que só evidenciam a irresponsabilidade que a politica brasileira vem trilhando desde o fim do regime militar, pois se era tão ruim com eles, como tem ficado sem eles? Um dado sobre isto me assusta, a violência publica apresenta dados de países em guerra, bastante superiores aos piores momentos dos regimes ditatoriais na história tupiniquim. Não se deixou de torturar e matar, apenas mudou aqueles que cometem tais delitos a dignidade humana. Estamos ainda muito mais expostos à violência. A saúde publica e privada embicou e os salários dos profissionais da área se tornou uma comédia, mas passamos a trazer médicos de outros países pagando muito bem, obrigado. Pergunto-me de imediato, os nossos médicos não prestam? Por que será que não querem trabalhar nestes lugares onde estão alocando os médicos cubanos, pois os de países ditos desenvolvidos também não enviam profissionais para ocupar lugares, mas exigem requisitos dignos da saúde das terras de origem, você sabia? Precisamos ainda falar da educação? Falar a sigla ENEM não é por si só fazer uma grande piadinha? Uma estrutura que jamais funcionou como deveria, mas cujo Ministro responsável foi eleito pelo voto popular na última eleição. Isto tudo não é muito estranho? Muitas indagações, mistérios de uma politicagem, no entanto, o mais estranho é ver eleitores nas ruas protestando e reclamando e quebrando e... Meu amigo, você acaba de confirmar isto tudo que está aí! Não houve qualquer mudança ideológico-partidária em nada que ocupa o poder publico. Para quê o seu protesto?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O Retorno (parte I)

                Tenho pensado bastante em retornar minhas atividades de escritor e debatedor das realidades que nos cercam. Não sei bem por quais exatos motivos ou razões, talvez por ser ano eleitoral – gosto bastante de escrever sobre o tema, ou por sentir a vida me tocar nos últimos tempos de forma bastante especial. É, parece que já comecei mesmo, e nestas ideias, me veio uma forte vontade de começar tudo do começo, do zero. Sim, ignorar aquilo que já escrevi e recomeçar de algo novo, possivelmente, pelo desejo de estar sempre se renovando e buscando ser melhor. Razões, não ao certo, imagino ter mudado de opinião sobre algo ou alguma situação que já tenha escrito, a vida passa o tempo dela nos marcando e registrando sempre aquilo que não esperamos – somos constantemente surpreendidos. É esta bendita vida que nos edifica ou nos destrói, quando a opção quanto a isto é principalmente nossa.

                Desde a última vez que escrevi para este momento, jamais imaginei ver um Papa renunciar. Logo Vossa Santidade que tanto amo, Bento XVI. Jamais imaginei, é assim que a vida surpreende e marca nossa história, nossa alma. Passei muitos dias pensando e repensando tal fato com enorme surpresa e insegurança, entretanto, a sabedoria logo nos toma quando diante dEle, e me parece que se acende uma luz vívida onde só haviam trevas – entendi! Ao menos em meu mundo, pequeno, mas o que tenho, a humildade venceu novamente e o simples José ou Joseph respeitou seus limites mediante um mundo tão estranho, onde Igreja precisa ir muito além das forças de um homem, ainda que seja o Papa. É a vida... Ela nos apresenta a dor e as perdas, onde brotam lágrimas. Conheci que as lágrimas dão real valor aos sorrisos, e que fazem destes muito mais sinceros e radiantes. Perdi, sim perdi um grande amigo e filho de Comunidade, é, lá se foi Kassimão. Grande homem que semeou sente mundo com muito amor e isto é que faz diferença, o quanto soubemos amar ou não. Quando se perde é que se entende melhor aquilo que se tem e o que realmente vale. Minha homenagem a este amigo que se adiantou apenas, mas cuja Eternidade nos voltará a unir, eu creio. Um beijo no seu coração que jamais parará de bater, Kassimão.