Protesto
bom é o protesto das urnas, dos votos diretos da população. Opinião concreta de
um povo. Se este povo realmente está incomodado com isto que está aí, com a
forma com é gerido o poder público e seus representantes, então vamos mudar nas
urnas. É votando que se muda aquilo que nos incomoda, é conhecendo muito bem os
candidatos e seus partidos, suas ideologias, aquilo com o qual eles estão
comprometidos. Não precisa quebrar nada nem ofender ou agredir qualquer pessoa,
é só realizar um voto consciente e responsável com bem comum e não apenas com
seus próprios interesses. Exercer o bom papel de cidadão é se assumir
responsabilidades como aqueles que escolhemos para nos governar, acompanhando
de perto suas ações antes e depois das eleições. Por outro lado, tenho escutado
bastante que não temos opções, não temos bons candidatos, pois a classe
politica do nosso país está extremamente maculada e comprometida com interesses
escusos e sombrios, o que me obriga concordar. Por algumas vezes fui
questionado sobre este assunto e porquê não me candidatava a um cargo público,
o que respondi de bate-pronto: me respeite, que tipo de pessoa você está
pensando que sou?! Noutra ocasião ainda disse que jamais gostaria de ver minha
imagem vinculada a estas pessoas. Triste, mas é uma realidade. Não temos
qualquer confiança em qualquer pessoa que se apresente como politico, ao mesmo
tempo em que é cada vez mais necessário pessoas realmente novas e éticas para
nos representar. Por vezes me vem que talvez novas pessoas têm-se apresentado a
este nobre trabalho e cujas distorções atrapalham bastante o processo, pois
acredito em duas situações bastante delicadas sobre isto tudo. Imagine que
incomodado com toda esta realidade, ou as realidades mais próximas de seu convívio,
um individuo se coloque a disposição da sociedade para desempenhar este papel
público, pressupondo sua honestidade, quem saberia desta realidade se não for
procurar conhecer bem melhor esta pessoa? Não seriam os mesmos de sempre que
atestariam sua honestidade ou competência, concorda? Muito menos seus
concorrentes, mas um esforço pessoal de cada um em conhecer melhor aqueles cujo
discurso e propostas nos tocam e aqui precisamos assumir nossa responsabilidade,
pois pouquíssimos realmente se dispõem a este esforço, preferindo, mais uma
vez, crer na opinião de outrem qualquer. Há ainda a situação do meio corromper
e muito embora se apresente um nome novo, ou até um partido novo, que pode até
se comportar bem antes de uma eleição, mas nos causa uma insegurança por não saber
como será seu convívio com o meio que já é bastante corruptor. Falo abaixo
sobre o meio corruptor, mas o assunto, que é deveras complexo e delicado, exige
observar o uníssono discurso dos partidos políticos. Não há qualquer novidade
ou proposta realmente diferente entre os partidos que aí se encontram. Nossa discussão
sócio-política gira em torno de semelhanças distinguíveis apenas pela maquiagem
mercadológica, ou giram o termo do absurdo social quando caminham nas
ideologias falidas em toda sociedade moderna. Veja, maquia-se o comunismo de
socialismo e levanta esta bandeira ideológica cuja subsistência só há em
lugares onde as bases fundamentais da ideologia foram completamente
abandonadas. Lembro-me de uma época da minha vida que defendia o regime
comunista e que fui fortemente indagado sobre as fugas daquelas nações ou como
diziam: se é tão bom, por que não vai morar lá? Hoje estas nações são raras e
nosso país, em seu corpo de partidos, todos ainda levantam esta bandeira. Não há
qualquer novidade que não seja maquiagem, mas o pior é maquiar regime
totalitário com o rosto da democracia. Olhemos em volta e vejamos que é
exatamente o que está acontecendo com os países que o Brasil mante as suas melhores
relações. Tenho para mim que tudo se trata do titulo musical de Renato Russo:
mais do mesmo.
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