Matriz Buenos Aires

Matriz Buenos Aires

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Para quê o seu protesto? (parte II)

                Protesto bom é o protesto das urnas, dos votos diretos da população. Opinião concreta de um povo. Se este povo realmente está incomodado com isto que está aí, com a forma com é gerido o poder público e seus representantes, então vamos mudar nas urnas. É votando que se muda aquilo que nos incomoda, é conhecendo muito bem os candidatos e seus partidos, suas ideologias, aquilo com o qual eles estão comprometidos. Não precisa quebrar nada nem ofender ou agredir qualquer pessoa, é só realizar um voto consciente e responsável com bem comum e não apenas com seus próprios interesses. Exercer o bom papel de cidadão é se assumir responsabilidades como aqueles que escolhemos para nos governar, acompanhando de perto suas ações antes e depois das eleições. Por outro lado, tenho escutado bastante que não temos opções, não temos bons candidatos, pois a classe politica do nosso país está extremamente maculada e comprometida com interesses escusos e sombrios, o que me obriga concordar. Por algumas vezes fui questionado sobre este assunto e porquê não me candidatava a um cargo público, o que respondi de bate-pronto: me respeite, que tipo de pessoa você está pensando que sou?! Noutra ocasião ainda disse que jamais gostaria de ver minha imagem vinculada a estas pessoas. Triste, mas é uma realidade. Não temos qualquer confiança em qualquer pessoa que se apresente como politico, ao mesmo tempo em que é cada vez mais necessário pessoas realmente novas e éticas para nos representar. Por vezes me vem que talvez novas pessoas têm-se apresentado a este nobre trabalho e cujas distorções atrapalham bastante o processo, pois acredito em duas situações bastante delicadas sobre isto tudo. Imagine que incomodado com toda esta realidade, ou as realidades mais próximas de seu convívio, um individuo se coloque a disposição da sociedade para desempenhar este papel público, pressupondo sua honestidade, quem saberia desta realidade se não for procurar conhecer bem melhor esta pessoa? Não seriam os mesmos de sempre que atestariam sua honestidade ou competência, concorda? Muito menos seus concorrentes, mas um esforço pessoal de cada um em conhecer melhor aqueles cujo discurso e propostas nos tocam e aqui precisamos assumir nossa responsabilidade, pois pouquíssimos realmente se dispõem a este esforço, preferindo, mais uma vez, crer na opinião de outrem qualquer. Há ainda a situação do meio corromper e muito embora se apresente um nome novo, ou até um partido novo, que pode até se comportar bem antes de uma eleição, mas nos causa uma insegurança por não saber como será seu convívio com o meio que já é bastante corruptor. Falo abaixo sobre o meio corruptor, mas o assunto, que é deveras complexo e delicado, exige observar o uníssono discurso dos partidos políticos. Não há qualquer novidade ou proposta realmente diferente entre os partidos que aí se encontram. Nossa discussão sócio-política gira em torno de semelhanças distinguíveis apenas pela maquiagem mercadológica, ou giram o termo do absurdo social quando caminham nas ideologias falidas em toda sociedade moderna. Veja, maquia-se o comunismo de socialismo e levanta esta bandeira ideológica cuja subsistência só há em lugares onde as bases fundamentais da ideologia foram completamente abandonadas. Lembro-me de uma época da minha vida que defendia o regime comunista e que fui fortemente indagado sobre as fugas daquelas nações ou como diziam: se é tão bom, por que não vai morar lá? Hoje estas nações são raras e nosso país, em seu corpo de partidos, todos ainda levantam esta bandeira. Não há qualquer novidade que não seja maquiagem, mas o pior é maquiar regime totalitário com o rosto da democracia. Olhemos em volta e vejamos que é exatamente o que está acontecendo com os países que o Brasil mante as suas melhores relações. Tenho para mim que tudo se trata do titulo musical de Renato Russo: mais do mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário