Matriz Buenos Aires

Matriz Buenos Aires

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Obediência - quando o silêncio fala. (parte II)

                Longe de mim dizer a você que deixe que outros tomem decisões por você. Muito embora, tenha para mim, que, você queira ou não, é normalmente o que acontece. Sim, facilmente nós escutamos quem não se deve e fazemos não aquilo que queremos, mas o que alguém nos induz a fazer. Não há novidades aqui, para isto servem as propagandas e o comercio, fazer-nos adquirir coisas cuja necessidade inexiste. Estamos repletos do que não precisamos por crer que precisamos, alguém nos convenceu do fato e passamos a agir assim. Mas não quero castrar sua capacidade de decidir e escolher, não sou eu quem faço isto em sua vida, mas você mesmo. Quero apenas acender a luz que me vem aos olhos quando entendo isto, se é que sou capaz. Se temos que escutar alguém, algum conselho ou ainda ser induzido a alguma decisão, então que seja àqueles que nos amam e não possuem interesses ao menos estranhos a nós. Veja uma criança aprendendo a andar de bicicleta. O pai lhe diz praticamente tudo a ser feito e, se ela obedece copiosamente, logo estará indo para onde quer, sem ter sua coragem roubada pelo seu mentor, pelo contrário, a obediência que resultou no bom êxito elevou sua autoconfiança e aprofundou suas relações. Não foi o simples fato de alguém mais experiente dizer como fazer que tira o aprendizado e a autonomia. Não é isto que busca fazer algumas regras de convívio e até leis? Para o seu bem, então faça assim. Por outro lado, haverá momentos que “quebrar a cara” é necessário e valoriza os bons e profundos conselhos.

                Há um silêncio que fala. Silêncio que se segue a um bom conselho ou a um gesto de atenção e afeto. Nosso erro é desprezar os favoráveis segundos deste silêncio e já abafá-lo com nossas pobres e ameaçadoras defesas. Mediante algo que lhe dizem, não reaja, pense. Os reatores facilmente fogem a seu próprio controle e se perdem de si mesmos, calma. Sem afobações, pense melhore e deixe o silêncio falar. Por muitas vezes queremos fazer algo, podemos sim, entretanto, não devemos, não será tão bom, e se formos realmente honestos conosco, admitamos, pode ser um desastre. As decisões não são fáceis, é fato, esta vida muito menos, portanto, para que a pressa? Provar o que para quem? No final, quem paga a conta somos nós mesmos e já vi muitos amados pagarem com sua doce vida. E como repete a piadinha, não temos vida de vídeo game. Se a obediência não se torna nossa boa amiga, perdemos grandes aliados, inclusive o domínio próprio. Passaremos a vida buscando adolescer, sem jamais sair da tenra ignorância infantil, crianças de rugas e cabelos brancos é o que tenho encontrado nas ruas das cidades. Velhos na idade e bobos em suas ações, passam a vida se negando responsabilidades e cultivando sua rebeldia paga por uma angustia inexplicável de desejar comprar a satisfação nas prateleiras de lojas ou nas camas dos motéis ou nos copos de álcool ou... Sabe-se lá onde isto pode nos levar, ou sabe-se sim, apenas não queremos admitir para insistir em negar obediência a quem nos cabe, fazendo-nos escravos de qualquer coisa que nos tire da realidade e nos aprisione nas ilusões.

2 comentários:

  1. Sempre recordo tuas palavras: "só as crianças fazem só o que querem. Quem passa a vida fazendo o que quer nunca deixa de ser criança". E elas foram muito em utilizadas, aqui!

    ResponderExcluir
  2. Maria Betania Chaves Kassimo19 de fevereiro de 2014 às 15:57

    Boa reflexão! O preço da desobediência é sempre alto...ainda que às vezes não se queira admitir.

    ResponderExcluir