Escrevo
este texto no dia de São João. O Batista e não o Evangelista. Hoje comemoramos
o nascimento deste que é o último dos profetas e trago esta memória por uma
frase célebre deste homem que era primo de Jesus. João, o Evangelista, relata
em sue Evangelho, no capitulo três, verso trinta, esta frase de João, o
Batista: “É necessário que Ele cresça e eu diminua”. É uma frase bastante
antagônica para os tempos pelos quais passamos, onde o que importa é a própria
opinião, a realização pessoal, o prazer egocêntrico e o direito a felicidade em
si mesma, como se esta fosse possível neste mundo e sem passar pelo outro. É
evidente que inúmeras coisas, e coisas mesmo, em nós precisam diminuir ou, como
diz a tradução original, desaparecer de nós. Temos muitos excessos, troços que
nos pesam e que carregamos pela vida inteira como se de elevado valor eles
tivessem, quando não passam de pesos, de mazelas, de morte... Quem nos garante
que nosso querer é o melhor para nós? Por quantas situações não já passamos
onde nossas escolhas nos jogaram na lama e nos fizeram sentir a morte por
dentro, quando não morreram áreas positivas de nós mesmos. Escolhemos fazer de
nós uma celebridade, encontrar meios possíveis para aparecer, levantar a
bandeira do eu, sendo que este eu é repleto do pior que podemos dar. Refiro-me
ao egoísmo, as mentiras, as fofocas, a soberba, a prepotência, a estupidez de
quem humilha e agride quando preterido. Falo sobre cultivar rancor e torna-lo
causa de existência contra outrem, onde de fato quem mais sofre é a própria
pessoa. Uma simples visão sobre a verdade que nos cerca é evitada, pois
acreditamos isto ser deprimente, entretanto pode nos evitar a tragédia de
passarmos a vida morrendo por dentro.
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