O
grande problema não está em errar, mas em acreditar que em erros estão acertos,
em não enxergar as feridas que deixamos e não reconhecer que estamos destruindo
e não construindo. O recomeço é vital em nossa vida, precisamos retomar a cada
tropeço e buscar todo cuidado necessário para reconstruir o que se foi ao chão
a começar do perdão. Nosso grande problema está em não recomeçar, não dar uma
chance para dizer sim a luz de alerta que pisca mediante as dores que tentamos
abafar e esconder dentro de nós. É querer passar a vida fugindo de si mesmo e,
portanto, dos outros, pela mera incapacidade de assumir que errou e que erra e
que precisará sempre retomar a luta por amar. É assumir que é gente, é pessoa,
é ser humano e não Deus, pois gente erra, gente perdoa, gente pede perdão,
gente busca o amor batalhando contra seus próprios egoísmos. No entanto, Deus
já é todo amor, todo perdão, todo misericórdia, todo justo... Deus é todo bom.
O trono da graça ocupado por Deus serve para que nos ajoelhemos e adoremos,
reconhecendo aquele que verdadeiramente deve ocupá-lo, e não para que
pretensiosamente, de forma completamente cega e inescrupulosa acreditemos que
ele é para nós e nele sentemos, esperando que os outros nos sirvam como servem
a Deus. Esta cegueira mata por completo e ainda neste mundo passamos a viver
como verdadeiros zumbis que se alimentam da dor de outros. Uma grande
descoberta que fiz é que, da mesma forma que podemos construir céus, podemos
construir infernos.
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